Gata de Rodas - São Paulo Cycle Chic

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O que cabe num cestinho?

E quando a pedalice volta, vem com tudo. Eu cismei agora que preciso de cestinhas nas bikes, artigo bem raro no ciclismo paulistano. Cestinhas servem para levar sua bolsa, suas compras, flores, tranqueiras e mais flores. Cestinhas deixam qualquer bike fofa. Cestinhas são o funcional que não é detalhe, leve, suave, que dá graça à existência. Eu estou apaixonada pelas cestinhas, e parte da culpa é da Evelyn.

Aí resolvi colocar uma cestinha na Carlota. Para quem não conhece a ilustre, é uma Caloi roxa que ganhei do meu padrinho quando tinha uns 15 anos. Foi com ela que comecei a pedalar, até resolver que precisava de uma bike com suspensão, em que pudesse instalar um rack e alforges. Aí a Siouxie, uma K2 Zed (para crianças até 14 anos :-p) entrou na família e virou a bike oficial. Ela me carrega para cima e para baixo por todos os cantos da cidade, me levou para viajar, não reclama nunca e no trânsito, é praticamente uma extensão do meu corpo. Mais ou menos como o carro para quem dirige loucamente várias horas por dia, só que bem mais legal. ;-)

Para colocar um cestinho na Siouxie, precisava de um especial para bikes com suspensão. A Topeak produz, mas eles estão em falta nas bicicletarias que trabalham com o produto aqui em São Paulo. Liguei para duas pedindo para me avisar quando chegasse e resolvi ver o que dava para fazer com a Carlota. Na Tutto Bikes tinha o comum, por R$ 15 . Mas a Patrícia, que trabalha lá, disse que não instalava na hora e eu tive que dar uma chorada para eles pararem de frescura e instalarem a porcaria do cesto, o que levou dez minutos para ser feito.

Um parêntese sobre a Tutto, que vale para boa parte das bicicletarias que eu conheço. Elas só olham para esportistas, só vendem produtos para esportistas, e só inventam passeios para esportistas. Eu amo a bike como esporte, mas posso ser uma cliente bastante rentável como ciclista urbana também, e parece que ainda não caiu a ficha disso. Bicicletas fazem parte do meu dia-a-dia e eu posso apostar que, de todos os clientes da Tutto, eu sou a que mais sofre de ficar sem poder pedalar. Fui medida de alto a baixo por várias pessoas que trabalham na loja enquanto esperava o cestinho ser instalado. Pessoal da Tutto, não é legal nem simpático, fica a dica. Tentei sorrir duas vezes para o senhor que mais ficou encarando, mas ele não conseguiu sorrir de volta. Eu sei que essa minha mania de pedalar para o trabalho, de roupa rosa e com a bolsa no ombro parece alienígena para vocês. Mas eu sou uma menina normal, juro.

Voltando da digressão... Agora eu tenho cestinha na Carlota., que não tem suspensão, de vez em quando é temperamental e solta a corrente e eu tenho que sujar minha mão de graxa. Mas ela é bem mais próxima em termos de funcionalidade e mecânica do que seria uma bike européia (lembrem-se, queridos, que meu parâmetro são as bikes do nosso mercado, que servem para fazer trilha na montanha ou fingir que dão conta disso). Então, devo tirá-la da garagem mais vezes, para testar melhor o que eu posso esperar da bike que vou encomendar para o Igor Miyamura.

Até o fim da semana vou fazer algumas fotos delas e colocar aqui. Principalmente da Carlota, até hoje deveras negligenciada nesse blog.

Será que se eu propuser uma blogagem coletiva nos blogs de bike pelos benefícios morais, espirituais e estéticos da cestinha a gente tem mais adesões no mundo dos blogs ciclísticos? :-D

7 comentários:

  1. Vê, só tenha cuidado de por uma bolsa na cestinha. Ladrãozinho oportunista pode pegar e sair correndo. O_o

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  2. Oi, Ila querida! Pode ficar tranquila, estou levando isso em conta. Possivelmente vou usar uma mochilinha chique quando estiver com a Carlota e deixar o cesto para compras... e flores, claro! :)
    Mas pode funcionar também prender a alça da bolsa na bike. Aí eu conto para vocês.

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  3. Entristece um pouco essa discriminação de ciclistas para ciclistas, mas sorrir é bom e eu gosto!

    Que bom, teremos mais flores na próxima bicicletada? Pena que eu não poderei participar, pra variar. :(

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  4. A mesma crítica que a VV fez à Tutto já ouvi de outras pessoas em relação à principal boutique de bikes da cidade, a Pedal Power. Que além de importar marcas gringas como Specialized e Trek, tem gente de lá envolvida em revista de bike. Sempre fui regiamente tratado lá; comprei duas bikes deles e também muitas peças e acessórios, sempre com satisfação enorme. Daí, sempre alguém vem me dizer que os caras têm má vontade, ignoram o cliente no showroom da loja etc.
    Comecei a perceber uma possível razão. As pessoas que viram negligenciadas não devem ter entrado lá com "atitude" de "esportista" - visceral, bitolado, cheio de termos técnicos, necessidades raras e questões arcanas. Esses são os que os vendedores gostam de atender.
    Sim, é preciso mudar a cultura. Mas pode ser que isso só aconteça com a fundação de uma loja especialista em ciclismo urbano. Ainda não existe isso em São Paulo e talvez no país inteiro.

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  5. Nas bicicletarias de bairro eu sou super bem tratada, Mario. O problema é mesmo a flta de titude de esportista em um lugar de esportista. Por sinal, só não fui na bicicletaria de bairro da minha rua porque o esquema é meio Yehuda Moon, só que o dono não está lá com frequência e o atendimento é meio devagar. Eu teria de deixar bike no mínimo de um dia para o outro, embora eu saiba que minha demanda seria mais normal ali...
    Isso rende um post. :)

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  6. Conhecem a coleção MyBike?
    Essa coleção de acessórios é fruto de um intenso mergulho no mundo ciclístico. Quem pedala sabe que a bicicleta modifica nosso olhar sobre o mundo, tornando nosso viver mais intenso, profundo e, por que não (?), mais feliz.

    A bicicleta é mais do que uma paixão tatuada na alma, é um modo de viver diferente, mais alegre, mais humano - isso foi o que percebi, e quis passar às peças dessa coleção. O convívio com outros e outras ciclistas, dos mais diferentes matizes, do free-rider ao velocista de estrada, passando pelo que treina todos os dias àquele que só pode dar uma voltinha no final de semana, me fez perceber que todos possuem em sua essência o amor à liberdade e à vida.

    Essa coleção é para quem não quer esconder a sua paixão, e quer ter a bicicleta presente em todos os momentos da vida, e não apenas quando se está pedalando.

    www.mybikeshop.com.br

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  7. Meu marido que é professor Pardal conseguiu instalar uma cestinha na minha bicicleta que tem suspensão. Ele só precisou adaptar uma extensão a mais que compramos numa ferragem. Não levou nem dez minutos.Posso te mandar a foto.
    shdlu@gmail.com . Soraya.

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